CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO

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Os celeiros de farturas...[+]
Capital
Campo Grande
Área Total
358.158 km²
Sigla
MS
Região
Centro-Oeste
População
2.297.981 hab (2006)
O Estado de Mato Grosso do Sul, criado através da Lei Complementar n.° 31, de 11 de outubro de 1977 e implantado em 11 de outubro de 1979, apresenta uma área territorial de 350.548 m², o que o situa como a sexta unidade da Federação em área.
Inclui, em seu âmbito, a maior parcela das bacias dos rios Paraná e Paraguai em seu território, da região Centro-Oeste. Confronta-se, setentrionalmente, com os Estados de Mato Grosso e Goiás, enquanto a fronteira leste, demarcada pelas calhas fluviais do Paranaíba e Paraná, limita-se com os Estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Seu extremo meridional defronta-se com a República do Paraguai, 'que, juntamente com a da Bolívia, marca a linha da fronteira ocidental.
Seus primeiros habitantes surgiram em decorrência da descoberta de ouro no Centro-Oeste, no início do século XVII. Ainda no final deste século, com vistas a assegurar a posse definitiva das terras conquistadas, algumas fortificações militares foram construídas, dentre elas o Forte Corumbá, às margens do rio Paraguai, permitindo, assim, que os portugueses mantivessem a soberania e integridade de grande parte do atual Mato Grosso do Sul.
No final do século XVII, após o declínio do ciclo do ouro e através dos exploradores remanescentes da mineração, a lavoura e a pecuária começaram a se desenvolver. Porém o grande impulso no desenvolvimento regional ocorreu no início do século XX, com a implantação da ferrovia ligando Corumbá ao Estado de São Paulo, permitindo o escoamento da produção agropecuária para os grandes centros econômicos do País. Nessa mesma época constituiu-se uma comissão mista Brasil-Bolívia, com a finalidade de construir a estrada de ferro Corumbá-Santa Cruz de La Sierra, visando um maior intercâmbio comercial entre os dois países vizinhos.
A partir de meados deste século, a população expandiu-se e cresceram as cidades através de fluxos migratórios internos e de outros estados. Contribuiu para essa expansão, a instalação da colônia Agrícola Nacional de Dourados, com grande influência no desenvolvimento das atividades rurais.
As condições climáticas em grande parte se assemelham às da região Centro-Oeste do Brasil. Segundo classificação de Köppen, ocorrem dois tipos climáticos: o de maior abrangência na área é o Aw (Clima Tropical Úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno) e o Cfa (Clima Meso-térmico Úmido sem estiagem, em que a temperatura do mês mais quente é superior a 22°C, apresentando no mês mais seco uma precipitação superior a 30 mm de chuva). Este último ocorrendo na parte sul do Estado.
Em termos geomorfológicos e de recursos naturais, a área apresenta paisagens bem distintas guardando muitas relações com as duas grandes bacias hidrográficas do estado - a do Paraná, a leste e a do Paraguai a oeste. O divisor das águas compreende a Serra das Araras, a Serra de Camapuã e parte da Serra de Maracaju. Entre as duas bacias há um pronunciado desnível e o contato se dá através de escarpas.
  
a) Bacia Hidrográfica do Paraná
Esta bacia é constituída de chapadões, planaltos e vales, com altimetrias variando de 250 a 850 m.
Ao norte e nordeste, existem duas áreas que contrastam dentro da bacia, seja pela altitude ou pelas rupturas de declive, seja pelas diferenças de modelados de dissecação. Ao norte, nas imediações da cidade de Chapadão do Sul, encontra-se o nível mais alto, representado por um planalto esculpido em litologias paleozóicas, bem aplanado, com sedimentos pedogeneizados, onde são encontrados solos argilosos. A nordeste, nos arredores das cidades de Inocência e Cassilândia, encontra-se a Serra do Aporé, com altimetria variando de 300 a 600 m, constituída de rampas e patamares, desenvolvidos sobre arenitos, com modelados planos e de dissecação e solos de textura média e arenosa.
Saindo dessas áreas em direção sul, a bacia como um todo apresenta um relevo aplanado sem rupturas de declive. Em termos regionais, partindo da Serra de Maracaju e mais especificamente das cidades de Campo Grande, Sidrolândia e António João, em direção ao rio Paraná, o relevo se comporta como um grande plano inclinado.
Nas imediações da Serra de Maracaju têm-se os Planaltos Rampeados, com altimetrias de 320 a 700 m e litologias areníticas, com solos de textura média e argilosa, e o Planalto Basáltico, com altimetria de 300 a 600 m, com solos argilosos.
Mais para o interior, tem-se a Região das sub-bacias Meridionais, constituída de superfícies pediplanadas conservadas. A altimetria varia de 300 a 450 m e foi esculpida sobre arenitos, originando solos de textura média e arenosa.
O nível mais baixo dessa bacia está no vale do Paraná, com altimetrias de 250 a 300 m. É representada por áreas de acumulação aluvial inundável e terraços holocênicos. Os sedimentos têm granulometria heterogênea e solos predominantemente hidromórficos com textura desde arenosa e argilosa.
A vegetação primitiva da Bacia do Paraná era constituída basicamente de diversas formações de Savana (Cerrado) e de Floresta Estacional Semidecidual.
As Regiões Fitoecológicas da Savana e Floresta Estacional Semidecidual, de modo geral, podem ser separadas, tendo como limite e ponto de referência, uma linha imaginária saindo da cidade de Coronel Sapucaia, passando por Dourados, Glória de Dourados até alcançar Bataguassu. Para norte dessa linha predominava a Savana, com fisionomias distintas de Savana Arbórea Densa (Cerradão) e Savana Arbórea Aberta (Cerrado e Campo Cerrado). Para sul, até o limite internacional com a República do Paraguai, predominava a Floresta Estacionai Semidecidual. Para oeste predominava os campos naturais representados por formações de Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa, com penetrações de Floresta Estacional Semidecidual através dos vales e numerosos rios. A ação antrópica foi algo notável nessa bacia. Hoje os remanescentes da vegetação nativa estão reduzidos e bastante pulverizados. Nas áreas devastadas são encontrados imensos cultivos de pastagem plantada e lavoura.
Em termos de potencialidade de uso dos recursos minerais, com exceção da Serra do Aporé, com perspectivas de estudos para a exploração de calcário, as demais litologias se prestam como fonte de materiais para uso imediato na construção civil como areia, argila, cascalho, brita e na indústria de cerâmica, como a argila. No entanto, nessa bacia, as formas dos modelados, predominando relevos aplanados, são muito propícias às práticas agrícolas, favorecendo o uso da mecanização. Aliado a isso, os solos argilosos encontrados nos planaltos, seja de origem de sedimentos terciários ou de rochas basálticas, possuem boa potencialidade agrícola, e já são muito utilizados para o plantio de arroz, soja, trigo e cana-de-açúcar, principalmente. As demais áreas com solos de textura média e arenosa são usadas como pastagem plantada e reflorestamento. Os solos de textura arenosa merecem atenção toda especial nos programas de pesquisas. Porém, os solos de textura média, dependendo de estudos de seleção de culturas adaptadas ao clima e às propriedades dos solos, bem como de práticas de manejo adequadas, algumas áreas podem ser usadas com lavoura, especialmente aquelas situadas mais a sul, onde existia a Floresta Estacionai Semidecidual.
A rede hidrográfica é composta pelo rio Paraná e seus afluentes, destacando-se os rios Aporé, Sucuriú, Verde, Pardo, Ivinhema, Amambai e Iguatemi. Possui um imenso potencial hidrelétrico, em parte já aproveitado, como é o caso do rio Pardo onde a ENERSUL implantou a Usina de Salto Mimoso, com um potencial instalado de 28,715 MW. No rio Paraná, na região fronteiriça com o Estado de São Paulo, a CESP (Centrais Elétricas de São Paulo) construiu as usinas de Jupiá e Ilha Solteira, integrando o Complexo de Urubupungá, encontrando-se em fase de construção, a usina de Porto Primavera.
Do potencial ainda não aproveitado podem ser citados os rios Sucuriú e Aporé.
O potencial turístico e pesqueiro tem condições de ser explorado racionalmente. São pontos turísticos: a cachoeira de Costa Rica, as represas de Jupiá e Ilha Solteira, a Serra do Aporé e muitos outros locais margeando os rios.


b) Bacia Hidrográfica do Paraguai

Esta bacia é constituída de patamares, depressões e depressões interpatamares, esculpidos em rochas do pré-cambriano e parte em litologias paleozóicas e mesozóicas, tendo ainda, uma grande área de sedimentos holocênicos e pleistocênicos, representada pelas Regiões Chaquenha e Pantaneira, estas duas últimas formando o Pantanal Sul-Mato-grossense.
Ao contrário da Bacia Hidrográfica do Paraná, onde as paisagens são, na maioria das vezes, difíceis de serem identificadas e individualizadas, aqui os contrastes naturais são bastante visíveis. Em termos regionais, há um contraste muito grande entre o Pantanal Sul-Mato-grossense, bem aplanado, com seus campos naturais com uma flora e fauna peculiar de áreas inundáveis e as demais regiões dessa bacia, as quais ocupam posições elevadas, com modelados planos e de dissecação, tendo com muita freqüência rupturas de declives ou relevos, residuais, representados por escarpas e morrarias.
À parte nordeste da Bacia Hidrográfica do Paraguai é constituída de patamares, escarpas e depressões interpatamares, com altimetrias entre 200 e 600 m, esculpidas em litologias variadas, principalmente arenitos das Formações Furnas, Aquidauana e Botucatu e folhelhos da Formação Ponta Grossa. Na área dos arenitos predominam solos de textura arenosa e média sob vegetação de Savana, enquanto nas de folhelhos, solos argilosos sob vegetação de Contato Savana/Floresta Estacionai. Os contrastes entre as formas de relevo, com modelados de dissecação e grandes escarpas, proporcionam um bom potencial turístico.
Ao sul e sudeste têm-se depressões, serras e planícies coluviais. Na região compreendida entre as cidades de Bela Vista e Aquidauana e entre a Serra de Maracaju e a Serra da Bodoquena, há uma grande depressão denominada de Aquidauana e que foi elaborada por processos de circundesnudação na borda ocidental da Bacia Sedimentar do Paraná. Sua altimetria varia de 200 a 400 m. A litologia é constituída de arenitos da Formação Aquidauana, originando solos de textura média e arenosa, menos freqüentemente textura argilosa, sob vegetação de Savana ou Contato Savana/Floresta Estacionai. A forma de relevo é plana e com modelados de dissecação.
A Serra da Bodoquena, com altimetria de 400 a 650 m, constituiu um conjunto de relevos dispostos na direção norte-sul, bastante dissecados, principalmente em formas de topos convexos. Localmente são encontrados formas cársticas relacionadas as litologias calcárias. A litologia é composta de rochas pré-cambrianas do Grupo Corumbá, destacando-se as litologias da Formação Bocaina (calcários, dolomitos e mármores) e Formação Cerradinho (arcóseos, calcários e dolomitos). Os solos, no geral, são de textura argilosa e de média a alta fertilidade natural, havendo grande ocorrência de solos rasos a afloramentos rochosos. A vegetação é de Contato Savana/Floresta Estacional.
Com aspecto um pouco semelhante quanto à forma de dissecação, solos e vegetação, e que localmente são denominados de serras e morrarias, são encontradas próximas à cidade de Corumbá e mais a noroeste fazendo limite com a Bolívia, as Serras do Urucum e do Amolar, respectivamente. Na Serra do Urucum encontram-se grandes reservas de ferro e manganês.
Contornando a parte leste da Serra da Bodoquena tem-se uma planície coluvial, oriunda principalmente de rochas do Complexo Rio Apa, como gnaisses, micaxistos e quartzitos, que em conjunto constitui a Região de Transição Chaquenha, por já apresentar alguma característica peculiar da Região Chaquenha, como a presença de Savana Estépica, embora ainda haja ampla dominância de Savana Arbórea Densa e Savana Arbórea Aberta. A altimetria varia de 400 a 500 m, havendo presença de relevos residuais. No relevo predominam os modelados de dissecação e os solos são de textura média cascalhenta e muito cascalhenta.
Contornando a Região Pantaneira e constituindo um vão entre a parte norte da Serra da Bodoquena e as escarpas da Serra de Maracaju, tem-se uma Região Pantaneira de Transição, incluindo áreas sedimentares ou pediplanadas em litologias do Grupo Cuiabá. A altimetria varia de 100 a 300 m. Apresenta relevos planos e modelados de dissecação. A vegetação é de Savana, com fisionomias Arbórea Aberta, Arbórea Densa e Parque. Os solos são de textura média e argilosa, hidromórficos e não hidromórficos.
E finalmente no nível mais baixo da Bacia do Paraguai, com altimetrias inferiores a 150 m, tem-se as Regiões Chaquenha e Pantaneira, que em conjunto constituem o Pantanal Sul-Mato-grossense.
A região Pantaneira, situada ao norte, a partir do rio Miranda, é formada de sedimentos aluviais holocênicos, sujeita a inundações ou oscilações do lençol freático próximo à superfície, por períodos bastante variáveis, em função da posição na paisagem. É constituída de áreas interflúviais baixas ligadas a sistemas flúviolacustres, com processos genéticos de acumulação flúviolacustre e de acumulação aluvial. Embora, em termos gerais, possua uma topografia plana, existem pequenas variações altimétricas em função dos processos de acumulação originando paisagens distintas, localmente identificadas como cordilheiras, vazantes, corixos e baias.
A vegetação é de Savana, com as fisionomias Arbórea Densa, Arbórea Aberta, Parque e Gramíneo-Lenhosa. Os solos predominantemente hidromórficos, possuem características bastante variáveis, relacionadas à origem dos sedimentos. Assim, na área de influência da bacia do rio Taquari que drena áreas com litologias areníticas, predominam solos arenosos, enquanto na Bacia do rio Miranda, nas áreas que tiveram influência de sedimentos oriundos da Serra da Bodoquena, predominam solos argilosos.
A Região Chaquenha situada ao sul, entre as cidades de Corumbá e imediações de Porto Murtinho, é formada de sedimentos pleistocênicos e holocênicos, sujeita a inundação ou oscilação do lençol freático próximo à superfície, por períodos bastante variáveis. Difere da Região Pantaneira, principalmente pela dominância da vegetação do tipo Savana Estépica e solos halomórficos.
Em termos de potencialidade dos recursos naturais, a área circunscrita à Bacia Hidrográfica do Paraguai é bastante promissora seja para a exploração mineral, seja para a pecuária, ou mesmo para a pesca e o turismo. Os recursos minerais, incluem: Província para exploração de ferro, manganês, calcário e mármore; áreas propícias para exploração de matérias de uso imediato na construção civil, na indústria cerâmica e em revestimento nobre, tais como granito, cascalho, basalto (brita, revestimento, pavimentação), argila, areia e folhelho; e áreas cuja possibilidade metalogenéticas indicam ser merecedoras de estudos especiais para pesquisa de diamantes, cobre, chumbo, zircão, ouro, prata, estanho e molibdênio.
De modo geral, em termos de potencialidade das terras, predominam áreas com vocação para pastagem natural, pastagem plantada e lavoura. A Serra da Bodoquena, além dó potencial mineral, apresenta consideráveis áreas de solos férteis com alta potencialidade para lavoura. Entretanto, é comum a ocorrência de relevos residuais com solos rasos, que devem ser reservados à proteção e preservação. As demais áreas não inundáveis possuem vocação principalmente para pastagem plantada ou silvicultura. Porém nessa bacia, a área de maior destaque é a do Pantanal Sul-Mato-grossense, representada pelas Regiões Pantaneira e Chaquenha. Em função de suas peculiaridades quanto ao regime hídrico, flora e fauna, tem vocação para o uso com pecuária extensiva em pastagem natural, com o aproveitamento de forrageiras nativas.
A rede hidrográfica tem uma potencialidade natural diversificada, destacando-se, além do próprio Paraguai, os rios Piquiri ou Itiquira, Taquari, Coxim, Aquidauana, Miranda Negro e Apa.
Nas atividades de navegação, sobressai-se o rio Paraguai. Sendo rio de planície apresenta condições de navegabilidade em cerca de 90% de seu curso, constituindo via de navegação para o Brasil, Paraguai e Argentina. De Corumbá saem minérios de ferro e manganês, extraídos do Maciço do Urucum e que são exportados para a Argentina e Estados Unidos.
O potencial hidrelétrico é pequeno, comparado com a bacia do Paraná. Aqui a ENERSUL instalou usinas de pequeno porte, como as de São João I e São João II, no rio São João, São Gabriel D'Oeste, no rio Coxim e César Galvão, no rio Taquarizinho. O rio Negrinho, apesar de apresentar pontos possíveis de aproveitamento ainda não foi utilizado.
O potencial turístico e pesqueiro é altamente significativo e também em condições de ser explorado racionalmente. São pontos turísticos: a cachoeira de São Gabriel do Oeste, a cachoeira de Sete Quedas, em Rio Verde de Mato Grosso, o Maciço do Urucum, composto de relevos residuais e belas vistas panorâmicas, além das grutas feitas pelo homem para exploração de manganês. A Serra da Bodoquena com seus relevos residuais é um espetáculo à parte. Além de apresentar cascatas, sumidouros (onde o rio de canal definido subitamente desaparece terra adentro, passando a correr subterraneamente), águas transparentes de cor verde-esmeralda ou azulada e grutas com estalactites e estalagmites. Algumas são famosas, como a gruta do Lago Azul, com 126 m de profundidade, tendo ao fundo um lago, em tons azulados e a gruta Nossa Senhora Aparecida, com cerca de 60 m de profundidade, ambas localizadas no município de Bonito. A região situada nas imediações de Coxim, com a presença de relevos escarpados e rios com corredeiras, proporciona belas vistas panorâmicas. Por fim, o Pantanal Sul-mato-grossense, tendo as cidades de Corumbá, Miranda, Aquidauana, Coxim e Porto Murtinho e várias fazendas, como apoio de infra-estrutura turística.
No Pantanal Sul-Mato-grossense a flora, a fauna e os rios piscosos criaram um ambiente ecológico de rara beleza.
Pelo potencial de suas riquezas naturais, pela boa distribuição das mesmas e por sua localização privilegiada, o Mato Grosso do Sul é um estado que tem muito a contribuir para o desenvolvimento nacional.
POTENCIALIDADES
Embora Mato Grosso do Sul tenha se destacado no cenário nacional como grande produtor de grãos e matérias-primas, é reconhecido o seu grande potencial ainda a ser explorado. Nesse sentido o Governo do Estado não tem medido esforços para ampliar a oferta de infra-estrutura básica, visando também a indução das atividades produtivas com o objetivo de expandir e diversificar a produção atual bem como atender a demanda decorrente do atual estágio das atividades econômicas.
  
SETOR PRIMÁRIO

A agricultura, fator preponderante no crescimento econômico do Estado, sobretudo na última década, apresenta ainda grandes potencialidades de expansão da sua fronteira. Estudos recentes demonstram a existência de 11 milhões de hectares de terras agricultáveis, subutilizadas em sua maioria, em função do atual nível tecnológico (além disso cerca de 4 milhões de hectares são áreas de matas ciliares, de cabeceira de rios e/ou do Pantanal que tem função de preservação do ecossistema). Do total de áreas potencialmente utilizadas, cerca de l ,4 milhão de hectares são áreas de várzeas propícias à irrigação.
O Estado possui grandes jazidas de calcário dolomítico, que facilita a sua utilização na correção dos solos; facilidade te transportes para o escoamento da produção; capacidade de armazenamento em fase de expansão; proximidade aos principais centros de comercialização, consumo e/ou industrialização; facilidade de exportação da produção do Estado através do Porto de Paranaguá-PR.
A cultura de soja vem ocupando lugar de destaque na expansão de áreas cultivadas, que nos últimos quinze anos passou de 86 mil para mais de 1,3 milhão de ha, dando ao Estado a condição de quarto maior produtor nacional dessa oleo-ginosa.
Além da possibilidade de expansão dessa cultura, são amplas as possibilidades em curto prazo, de produção também de sementes de soja, face à crescente demanda desse insumo no mercado interno. Por outro lado, dadas as boas condições edafo-climáticas, existe viabilidade de expansão do cultivo de arroz (especialmente irrigado), milho, feijão, trigo e sorgo, além das culturas permanentes que começam a despontar como seringueira (borracha), café, fruticultura e silvicultura.
A bovinocultura de corte, constitui-se no outro segmento que firma a base econômica do Estado. No Pantanal, ela assume grande importância à criação, sendo significativa as fases de recria e acabamento nas demais regiões do Estado. Essa atividade tem experimentado notável evolução, a partir de avanço tecnológico sobretudo com melhoramento genético dos rebanhos, bem como a introdução de pastagens artificiais em rotação com os cereais. A expansão das atividades pecuárias é favorecida pela instalação de frigoríficos, sobretudo na região centro sul do Estado.
Esta atividade, embora considerada tradicional, posiciona Mato Grosso do Sul como o segundo maior rebanho bovino do País, com aproximadamente 18 milhões de cabeças. Predominantemente explorada de forma extensiva, a intensificação dessa atividade pode ainda aumentar em muito a sua participação no cenário nacional, através do melhor aproveitamento das potencialidades dos recursos naturais disponíveis.


SETOR SECUNDÁRIO

Mato Grosso do Sul possui condições necessárias para ampliar seu parque industrial e agroindustrial.
No tocante à industrialização, os recursos minerais - ferro, manganês, calcário e mármore - e florestais, disponíveis, constituem-se em grande fonte de matéria-prima a ser explorada de maneira mais intensiva, respeitando-se o equilíbrio ecológico existente.
            A proposta de implantação do pólo minério-siderúrgico de Corumbá, o aproveitamento econômico do maciço florestal, a ampliação da produção de calcário e a exploração comercial das jazidas de mármore, arguas e outros minerais darão um novo e grande impulso ao processo de industrialização estadual.
Aliado a isso, o Estado vem despertando sobre o papel da agroindústria em Mato Grosso do Sul, como grande produtor de grãos do País, o índice de transformação interna dos produtos é incompatível com o volume da produção.
Neste sentido, o Governo do Estado tem procurado incentivar a instalação de novas indústrias, através de Distritos Industriais, concessão de Benefícios Fiscais, além de benefícios indiretos oferecidos pelo Estado e municípios.
A grande disponibilidade de matérias-primas para a produção de ração possibilita a intensificação da prática de confinamento do gado de corte, reduzindo substancialmente o período para abate de 48 meses para baixo de 24 meses, com reflexos positivos no abastecimento interno e também para exportações, e ainda viabilizaria à pecuária leiteira e a cria de pequenos animais, através da suinocultura, avicultura, caprinocultura e outros.

SETOR TERCIÁRIO

A instalação de pequenas e médias empresas comerciais objetiva acompanhar o ritmo de crescimento agropecuário e industrial, nesse último, destacando-se a agroindústria do Estado.
Na classe de serviços, o estímulo gerado nos setores acima, propicia espaço para atividade de apoio, tais como: reparação de máquinas e equipamentos, consultoria técnica, serviços comerciais, industriais, financeiros, dentre outros.
O potencial turístico em Mato Grosso do Sul é bastante significativo, sobretudo por contar com grande parte do Pantanal, o maior santuário ecológico do mundo, com sua exótica paisagem e variada flora e fauna, que tornam a cidade de Corumbá um dos principais pólos de atração turística do Estado.
A região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, além de suas riquezas e belezas naturais é especialmente privilegiada no espaço latino-americano - situa-se na rota de mercados potenciais de toda a zona ocidental da América do Sul e costa do Pacífico, especialmente os países da ALÂDI.
Além do pólo turístico de Corumbá, entre os mais significativos, destaca-se, também, àqueles centrados nas cidades de Ponta Porã, Coxim e Porto Murtinho, representando Campo Grande, ponto de passagem obrigatória para a maioria dos turistas que visitam Mato Grosso do Sul.
O fluxo turístico que se destina a Ponta Porã, está diretamente ligado, sobretudo aos atrativos oferecidos pelo jogo (cassino) e comércio (produtos importados de vários países) da vizinha cidade de Pedro Juan Caballero. Já os turistas que seguem para Corumbá, Coxim e Porto Murtinho, são atraídos pelas belezas naturais da região, fauna e flora, bem como pela pesca esportiva, dada a alta piscosidade dos rios próximos a esses centros urbanos, principalmente o Rio Paraguai.
Entre outros atrativos turísticos do Estado, merece destaque às grutas do município de Bonito, como excelente opção turística.
Com base nas potencialidades turísticas apresentadas, sobretudo no que diz respeito à disponibilidade de recursos naturais - flora e fauna -, além da posição estratégica dos principais pólos turísticos do Estado, evidencia-se as excelentes perspectivas para investimentos no setor, sobretudo, no que se refere a infra-estrutura de apoio ao turismo.
  

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