CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO
Hino
Os celeiros de farturas...[+] |
Capital
Campo Grande |
Área Total
358.158 km² |
Sigla
MS |
Região
Centro-Oeste |
População
2.297.981 hab (2006) |
O Estado de Mato Grosso do Sul, criado através da Lei Complementar n.°
31, de 11 de outubro de 1977 e implantado em 11 de outubro de 1979, apresenta
uma área territorial de 350.548 m², o que o situa como a sexta unidade da
Federação em área.
Inclui, em seu âmbito, a maior parcela das bacias dos rios Paraná e
Paraguai em seu território, da região Centro-Oeste. Confronta-se,
setentrionalmente, com os Estados de Mato Grosso e Goiás, enquanto a fronteira
leste, demarcada pelas calhas fluviais do Paranaíba e Paraná, limita-se com os
Estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Seu extremo meridional defronta-se
com a República do Paraguai, 'que, juntamente com a da Bolívia, marca a linha
da fronteira ocidental.
Seus primeiros habitantes surgiram em decorrência da descoberta de ouro
no Centro-Oeste, no início do século XVII. Ainda no final deste século, com
vistas a assegurar a posse definitiva das terras conquistadas, algumas
fortificações militares foram construídas, dentre elas o Forte Corumbá, às
margens do rio Paraguai, permitindo, assim, que os portugueses mantivessem a
soberania e integridade de grande parte do atual Mato Grosso do Sul.
No final do século XVII, após o declínio do ciclo do ouro e através dos
exploradores remanescentes da mineração, a lavoura e a pecuária começaram a se
desenvolver. Porém o grande impulso no desenvolvimento regional ocorreu no
início do século XX, com a implantação da ferrovia ligando Corumbá ao Estado de
São Paulo, permitindo o escoamento da produção agropecuária para os grandes
centros econômicos do País. Nessa mesma época constituiu-se uma comissão mista
Brasil-Bolívia, com a finalidade de construir a estrada de ferro Corumbá-Santa
Cruz de La Sierra, visando um maior intercâmbio comercial entre os dois países
vizinhos.
A partir de meados deste século, a população expandiu-se e cresceram as
cidades através de fluxos migratórios internos e de outros estados. Contribuiu
para essa expansão, a instalação da colônia Agrícola Nacional de Dourados, com
grande influência no desenvolvimento das atividades rurais.
As condições climáticas em grande parte se assemelham às da região
Centro-Oeste do Brasil. Segundo classificação de Köppen, ocorrem dois tipos
climáticos: o de maior abrangência na área é o Aw (Clima Tropical Úmido com
estação chuvosa no verão e seca no inverno) e o Cfa (Clima Meso-térmico Úmido
sem estiagem, em que a temperatura do mês mais quente é superior a 22°C,
apresentando no mês mais seco uma precipitação superior a 30 mm de chuva). Este
último ocorrendo na parte sul do Estado.
Em termos geomorfológicos e de recursos naturais, a área apresenta
paisagens bem distintas guardando muitas relações com as duas grandes bacias
hidrográficas do estado - a do Paraná, a leste e a do Paraguai a oeste. O
divisor das águas compreende a Serra das Araras, a Serra de Camapuã e parte da
Serra de Maracaju. Entre as duas bacias há um pronunciado desnível e o contato
se dá através de escarpas.
a) Bacia Hidrográfica do Paraná
Esta bacia é constituída de chapadões, planaltos e vales, com altimetrias
variando de 250 a 850 m.
Ao norte e nordeste, existem duas áreas que contrastam dentro da bacia,
seja pela altitude ou pelas rupturas de declive, seja pelas diferenças de
modelados de dissecação. Ao norte, nas imediações da cidade de Chapadão do Sul,
encontra-se o nível mais alto, representado por um planalto esculpido em
litologias paleozóicas, bem aplanado, com sedimentos pedogeneizados, onde são
encontrados solos argilosos. A nordeste, nos arredores das cidades de Inocência
e Cassilândia, encontra-se a Serra do Aporé, com altimetria variando de 300 a
600 m, constituída de rampas e patamares, desenvolvidos sobre arenitos, com
modelados planos e de dissecação e solos de textura média e arenosa.
Saindo dessas áreas em direção sul, a bacia como um todo apresenta um
relevo aplanado sem rupturas de declive. Em termos regionais, partindo da Serra
de Maracaju e mais especificamente das cidades de Campo Grande, Sidrolândia e
António João, em direção ao rio Paraná, o relevo se comporta como um grande
plano inclinado.
Nas imediações da Serra de Maracaju têm-se os Planaltos Rampeados, com
altimetrias de 320 a 700 m e litologias areníticas, com solos de textura média
e argilosa, e o Planalto Basáltico, com altimetria de 300 a 600 m, com solos
argilosos.
Mais para o interior, tem-se a Região das sub-bacias Meridionais,
constituída de superfícies pediplanadas conservadas. A altimetria varia de 300
a 450 m e foi esculpida sobre arenitos, originando solos de textura média e
arenosa.
O nível mais baixo dessa bacia está no vale do Paraná, com altimetrias de
250 a 300 m. É representada por áreas de acumulação aluvial inundável e
terraços holocênicos. Os sedimentos têm granulometria heterogênea e solos
predominantemente hidromórficos com textura desde arenosa e argilosa.
A vegetação primitiva da Bacia do Paraná era constituída basicamente de
diversas formações de Savana (Cerrado) e de Floresta Estacional Semidecidual.
As Regiões Fitoecológicas da Savana e Floresta Estacional Semidecidual,
de modo geral, podem ser separadas, tendo como limite e ponto de referência,
uma linha imaginária saindo da cidade de Coronel Sapucaia, passando por
Dourados, Glória de Dourados até alcançar Bataguassu. Para norte dessa linha
predominava a Savana, com fisionomias distintas de Savana Arbórea Densa
(Cerradão) e Savana Arbórea Aberta (Cerrado e Campo Cerrado). Para sul, até o
limite internacional com a República do Paraguai, predominava a Floresta
Estacionai Semidecidual. Para oeste predominava os campos naturais
representados por formações de Savana Parque e Savana Gramíneo-Lenhosa, com
penetrações de Floresta Estacional Semidecidual através dos vales e numerosos
rios. A ação antrópica foi algo notável nessa bacia. Hoje os remanescentes da
vegetação nativa estão reduzidos e bastante pulverizados. Nas áreas devastadas
são encontrados imensos cultivos de pastagem plantada e lavoura.
Em termos de potencialidade de uso dos recursos minerais, com exceção da
Serra do Aporé, com perspectivas de estudos para a exploração de calcário, as
demais litologias se prestam como fonte de materiais para uso imediato na
construção civil como areia, argila, cascalho, brita e na indústria de
cerâmica, como a argila. No entanto, nessa bacia, as formas dos modelados,
predominando relevos aplanados, são muito propícias às práticas agrícolas,
favorecendo o uso da mecanização. Aliado a isso, os solos argilosos encontrados
nos planaltos, seja de origem de sedimentos terciários ou de rochas basálticas,
possuem boa potencialidade agrícola, e já são muito utilizados para o plantio
de arroz, soja, trigo e cana-de-açúcar, principalmente. As demais áreas com
solos de textura média e arenosa são usadas como pastagem plantada e
reflorestamento. Os solos de textura arenosa merecem atenção toda especial nos
programas de pesquisas. Porém, os solos de textura média, dependendo de estudos
de seleção de culturas adaptadas ao clima e às propriedades dos solos, bem como
de práticas de manejo adequadas, algumas áreas podem ser usadas com lavoura,
especialmente aquelas situadas mais a sul, onde existia a Floresta Estacionai
Semidecidual.
A rede hidrográfica é composta pelo rio Paraná e seus afluentes,
destacando-se os rios Aporé, Sucuriú, Verde, Pardo, Ivinhema, Amambai e
Iguatemi. Possui um imenso potencial hidrelétrico, em parte já aproveitado,
como é o caso do rio Pardo onde a ENERSUL implantou a Usina de Salto Mimoso,
com um potencial instalado de 28,715 MW. No rio Paraná, na região fronteiriça
com o Estado de São Paulo, a CESP (Centrais Elétricas de São Paulo) construiu
as usinas de Jupiá e Ilha Solteira, integrando o Complexo de Urubupungá,
encontrando-se em fase de construção, a usina de Porto Primavera.
Do potencial ainda não aproveitado podem ser citados os rios Sucuriú e
Aporé.
O potencial turístico e pesqueiro tem condições de ser explorado
racionalmente. São pontos turísticos: a cachoeira de Costa Rica, as represas de
Jupiá e Ilha Solteira, a Serra do Aporé e muitos outros locais margeando os
rios.
b) Bacia Hidrográfica do Paraguai
Esta bacia é constituída de patamares, depressões e depressões
interpatamares, esculpidos em rochas do pré-cambriano e parte em litologias
paleozóicas e mesozóicas, tendo ainda, uma grande área de sedimentos
holocênicos e pleistocênicos, representada pelas Regiões Chaquenha e
Pantaneira, estas duas últimas formando o Pantanal Sul-Mato-grossense.
Ao contrário da Bacia Hidrográfica do Paraná, onde as paisagens são, na
maioria das vezes, difíceis de serem identificadas e individualizadas, aqui os
contrastes naturais são bastante visíveis. Em termos regionais, há um contraste
muito grande entre o Pantanal Sul-Mato-grossense, bem aplanado, com seus campos
naturais com uma flora e fauna peculiar de áreas inundáveis e as demais regiões
dessa bacia, as quais ocupam posições elevadas, com modelados planos e de
dissecação, tendo com muita freqüência rupturas de declives ou relevos,
residuais, representados por escarpas e morrarias.
À parte nordeste da Bacia Hidrográfica do Paraguai é constituída de
patamares, escarpas e depressões interpatamares, com altimetrias entre 200 e
600 m, esculpidas em litologias variadas, principalmente arenitos das Formações
Furnas, Aquidauana e Botucatu e folhelhos da Formação Ponta Grossa. Na área dos
arenitos predominam solos de textura arenosa e média sob vegetação de Savana,
enquanto nas de folhelhos, solos argilosos sob vegetação de Contato
Savana/Floresta Estacionai. Os contrastes entre as formas de relevo, com
modelados de dissecação e grandes escarpas, proporcionam um bom potencial
turístico.
Ao sul e sudeste têm-se depressões, serras e planícies coluviais. Na
região compreendida entre as cidades de Bela Vista e Aquidauana e entre a Serra
de Maracaju e a Serra da Bodoquena, há uma grande depressão denominada de
Aquidauana e que foi elaborada por processos de circundesnudação na borda
ocidental da Bacia Sedimentar do Paraná. Sua altimetria varia de 200 a 400 m. A
litologia é constituída de arenitos da Formação Aquidauana, originando solos de
textura média e arenosa, menos freqüentemente textura argilosa, sob vegetação
de Savana ou Contato Savana/Floresta Estacionai. A forma de relevo é plana e
com modelados de dissecação.
A Serra da Bodoquena, com altimetria de 400 a 650 m, constituiu um
conjunto de relevos dispostos na direção norte-sul, bastante dissecados,
principalmente em formas de topos convexos. Localmente são encontrados formas
cársticas relacionadas as litologias calcárias. A litologia é composta de
rochas pré-cambrianas do Grupo Corumbá, destacando-se as litologias da Formação
Bocaina (calcários, dolomitos e mármores) e Formação Cerradinho (arcóseos,
calcários e dolomitos). Os solos, no geral, são de textura argilosa e de média
a alta fertilidade natural, havendo grande ocorrência de solos rasos a
afloramentos rochosos. A vegetação é de Contato Savana/Floresta Estacional.
Com aspecto um pouco semelhante quanto à forma de dissecação, solos e
vegetação, e que localmente são denominados de serras e morrarias, são encontradas
próximas à cidade de Corumbá e mais a noroeste fazendo limite com a Bolívia, as
Serras do Urucum e do Amolar, respectivamente. Na Serra do Urucum encontram-se
grandes reservas de ferro e manganês.
Contornando a parte leste da Serra da Bodoquena tem-se uma planície
coluvial, oriunda principalmente de rochas do Complexo Rio Apa, como gnaisses,
micaxistos e quartzitos, que em conjunto constitui a Região de Transição
Chaquenha, por já apresentar alguma característica peculiar da Região
Chaquenha, como a presença de Savana Estépica, embora ainda haja ampla
dominância de Savana Arbórea Densa e Savana Arbórea Aberta. A altimetria varia
de 400 a 500 m, havendo presença de relevos residuais. No relevo predominam os
modelados de dissecação e os solos são de textura média cascalhenta e muito
cascalhenta.
Contornando a Região Pantaneira e constituindo um vão entre a parte norte
da Serra da Bodoquena e as escarpas da Serra de Maracaju, tem-se uma Região
Pantaneira de Transição, incluindo áreas sedimentares ou pediplanadas em
litologias do Grupo Cuiabá. A altimetria varia de 100 a 300 m. Apresenta
relevos planos e modelados de dissecação. A vegetação é de Savana, com
fisionomias Arbórea Aberta, Arbórea Densa e Parque. Os solos são de textura
média e argilosa, hidromórficos e não hidromórficos.
E finalmente no nível mais baixo da Bacia do Paraguai, com altimetrias
inferiores a 150 m, tem-se as Regiões Chaquenha e Pantaneira, que em conjunto
constituem o Pantanal Sul-Mato-grossense.
A região Pantaneira, situada ao norte, a partir do rio Miranda, é formada
de sedimentos aluviais holocênicos, sujeita a inundações ou oscilações do
lençol freático próximo à superfície, por períodos bastante variáveis, em
função da posição na paisagem. É constituída de áreas interflúviais baixas
ligadas a sistemas flúviolacustres, com processos genéticos de acumulação
flúviolacustre e de acumulação aluvial. Embora, em termos gerais, possua uma
topografia plana, existem pequenas variações altimétricas em função dos
processos de acumulação originando paisagens distintas, localmente
identificadas como cordilheiras, vazantes, corixos e baias.
A vegetação é de Savana, com as fisionomias Arbórea Densa, Arbórea
Aberta, Parque e Gramíneo-Lenhosa. Os solos predominantemente hidromórficos,
possuem características bastante variáveis, relacionadas à origem dos
sedimentos. Assim, na área de influência da bacia do rio Taquari que drena
áreas com litologias areníticas, predominam solos arenosos, enquanto na Bacia
do rio Miranda, nas áreas que tiveram influência de sedimentos oriundos da
Serra da Bodoquena, predominam solos argilosos.
A Região Chaquenha situada ao sul, entre as cidades de Corumbá e
imediações de Porto Murtinho, é formada de sedimentos pleistocênicos e
holocênicos, sujeita a inundação ou oscilação do lençol freático próximo à
superfície, por períodos bastante variáveis. Difere da Região Pantaneira,
principalmente pela dominância da vegetação do tipo Savana Estépica e solos
halomórficos.
Em termos de potencialidade dos recursos naturais, a área circunscrita à
Bacia Hidrográfica do Paraguai é bastante promissora seja para a exploração
mineral, seja para a pecuária, ou mesmo para a pesca e o turismo. Os recursos
minerais, incluem: Província para exploração de ferro, manganês, calcário e
mármore; áreas propícias para exploração de matérias de uso imediato na
construção civil, na indústria cerâmica e em revestimento nobre, tais como
granito, cascalho, basalto (brita, revestimento, pavimentação), argila, areia e
folhelho; e áreas cuja possibilidade metalogenéticas indicam ser merecedoras de
estudos especiais para pesquisa de diamantes, cobre, chumbo, zircão, ouro,
prata, estanho e molibdênio.
De modo geral, em termos de potencialidade das terras, predominam áreas
com vocação para pastagem natural, pastagem plantada e lavoura. A Serra da
Bodoquena, além dó potencial mineral, apresenta consideráveis áreas de solos
férteis com alta potencialidade para lavoura. Entretanto, é comum a ocorrência
de relevos residuais com solos rasos, que devem ser reservados à proteção e
preservação. As demais áreas não inundáveis possuem vocação principalmente para
pastagem plantada ou silvicultura. Porém nessa bacia, a área de maior destaque
é a do Pantanal Sul-Mato-grossense, representada pelas Regiões Pantaneira e
Chaquenha. Em função de suas peculiaridades quanto ao regime hídrico, flora e
fauna, tem vocação para o uso com pecuária extensiva em pastagem natural, com o
aproveitamento de forrageiras nativas.
A rede hidrográfica tem uma potencialidade natural diversificada, destacando-se,
além do próprio Paraguai, os rios Piquiri ou Itiquira, Taquari, Coxim,
Aquidauana, Miranda Negro e Apa.
Nas atividades de navegação, sobressai-se o rio Paraguai. Sendo rio de
planície apresenta condições de navegabilidade em cerca de 90% de seu curso,
constituindo via de navegação para o Brasil, Paraguai e Argentina. De Corumbá
saem minérios de ferro e manganês, extraídos do Maciço do Urucum e que são
exportados para a Argentina e Estados Unidos.
O potencial hidrelétrico é pequeno, comparado com a bacia do Paraná. Aqui
a ENERSUL instalou usinas de pequeno porte, como as de São João I e São João
II, no rio São João, São Gabriel D'Oeste, no rio Coxim e César Galvão, no rio
Taquarizinho. O rio Negrinho, apesar de apresentar pontos possíveis de aproveitamento
ainda não foi utilizado.
O potencial turístico e pesqueiro é altamente significativo e também em
condições de ser explorado racionalmente. São pontos turísticos: a cachoeira de
São Gabriel do Oeste, a cachoeira de Sete Quedas, em Rio Verde de Mato Grosso,
o Maciço do Urucum, composto de relevos residuais e belas vistas panorâmicas,
além das grutas feitas pelo homem para exploração de manganês. A Serra da
Bodoquena com seus relevos residuais é um espetáculo à parte. Além de
apresentar cascatas, sumidouros (onde o rio de canal definido subitamente
desaparece terra adentro, passando a correr subterraneamente), águas
transparentes de cor verde-esmeralda ou azulada e grutas com estalactites e
estalagmites. Algumas são famosas, como a gruta do Lago Azul, com 126 m de
profundidade, tendo ao fundo um lago, em tons azulados e a gruta Nossa Senhora
Aparecida, com cerca de 60 m de profundidade, ambas localizadas no município de
Bonito. A região situada nas imediações de Coxim, com a presença de relevos
escarpados e rios com corredeiras, proporciona belas vistas panorâmicas. Por
fim, o Pantanal Sul-mato-grossense, tendo as cidades de Corumbá, Miranda,
Aquidauana, Coxim e Porto Murtinho e várias fazendas, como apoio de
infra-estrutura turística.
No Pantanal Sul-Mato-grossense a flora, a fauna e os rios piscosos
criaram um ambiente ecológico de rara beleza.
Pelo potencial de suas riquezas naturais, pela boa distribuição das
mesmas e por sua localização privilegiada, o Mato Grosso do Sul é um estado que
tem muito a contribuir para o desenvolvimento nacional.
POTENCIALIDADES
Embora Mato Grosso do Sul tenha se destacado no cenário nacional como
grande produtor de grãos e matérias-primas, é reconhecido o seu grande
potencial ainda a ser explorado. Nesse sentido o Governo do Estado não tem
medido esforços para ampliar a oferta de infra-estrutura básica, visando também
a indução das atividades produtivas com o objetivo de expandir e diversificar a
produção atual bem como atender a demanda decorrente do atual estágio das atividades
econômicas.
SETOR PRIMÁRIO
A agricultura, fator preponderante no crescimento econômico do Estado,
sobretudo na última década, apresenta ainda grandes potencialidades de expansão
da sua fronteira. Estudos recentes demonstram a existência de 11 milhões de
hectares de terras agricultáveis, subutilizadas em sua maioria, em função do
atual nível tecnológico (além disso cerca de 4 milhões de hectares são áreas de
matas ciliares, de cabeceira de rios e/ou do Pantanal que tem função de
preservação do ecossistema). Do total de áreas potencialmente utilizadas, cerca
de l ,4 milhão de hectares são áreas de várzeas propícias à irrigação.
O Estado possui grandes jazidas de calcário dolomítico, que facilita a
sua utilização na correção dos solos; facilidade te transportes para o
escoamento da produção; capacidade de armazenamento em fase de expansão;
proximidade aos principais centros de comercialização, consumo e/ou
industrialização; facilidade de exportação da produção do Estado através do
Porto de Paranaguá-PR.
A cultura de soja vem ocupando lugar de destaque na expansão de áreas
cultivadas, que nos últimos quinze anos passou de 86 mil para mais de 1,3
milhão de ha, dando ao Estado a condição de quarto maior produtor nacional
dessa oleo-ginosa.
Além da possibilidade de expansão dessa cultura, são amplas as
possibilidades em curto prazo, de produção também de sementes de soja, face à
crescente demanda desse insumo no mercado interno. Por outro lado, dadas as
boas condições edafo-climáticas, existe viabilidade de expansão do cultivo de
arroz (especialmente irrigado), milho, feijão, trigo e sorgo, além das culturas
permanentes que começam a despontar como seringueira (borracha), café,
fruticultura e silvicultura.
A bovinocultura de corte, constitui-se no outro segmento que firma a base
econômica do Estado. No Pantanal, ela assume grande importância à criação,
sendo significativa as fases de recria e acabamento nas demais regiões do
Estado. Essa atividade tem experimentado notável evolução, a partir de avanço
tecnológico sobretudo com melhoramento genético dos rebanhos, bem como a
introdução de pastagens artificiais em rotação com os cereais. A expansão das
atividades pecuárias é favorecida pela instalação de frigoríficos, sobretudo na
região centro sul do Estado.
Esta atividade, embora considerada tradicional, posiciona Mato Grosso do
Sul como o segundo maior rebanho bovino do País, com aproximadamente 18 milhões
de cabeças. Predominantemente explorada de forma extensiva, a intensificação
dessa atividade pode ainda aumentar em muito a sua participação no cenário
nacional, através do melhor aproveitamento das potencialidades dos recursos
naturais disponíveis.
SETOR SECUNDÁRIO
Mato Grosso do Sul possui condições necessárias para ampliar seu parque
industrial e agroindustrial.
No tocante à industrialização, os recursos minerais - ferro, manganês,
calcário e mármore - e florestais, disponíveis, constituem-se em grande fonte
de matéria-prima a ser explorada de maneira mais intensiva, respeitando-se o
equilíbrio ecológico existente.
A proposta de
implantação do pólo minério-siderúrgico de Corumbá, o aproveitamento econômico
do maciço florestal, a ampliação da produção de calcário e a exploração
comercial das jazidas de mármore, arguas e outros minerais darão um novo e
grande impulso ao processo de industrialização estadual.
Aliado a isso, o Estado vem despertando sobre o papel da agroindústria em
Mato Grosso do Sul, como grande produtor de grãos do País, o índice de
transformação interna dos produtos é incompatível com o volume da produção.
Neste sentido, o Governo do Estado tem procurado incentivar a instalação
de novas indústrias, através de Distritos Industriais, concessão de Benefícios
Fiscais, além de benefícios indiretos oferecidos pelo Estado e municípios.
A grande disponibilidade de matérias-primas para a produção de ração
possibilita a intensificação da prática de confinamento do gado de corte,
reduzindo substancialmente o período para abate de 48 meses para baixo de 24
meses, com reflexos positivos no abastecimento interno e também para
exportações, e ainda viabilizaria à pecuária leiteira e a cria de pequenos
animais, através da suinocultura, avicultura, caprinocultura e outros.
SETOR TERCIÁRIO
A instalação de pequenas e médias empresas comerciais objetiva acompanhar
o ritmo de crescimento agropecuário e industrial, nesse último, destacando-se a
agroindústria do Estado.
Na classe de serviços, o estímulo gerado nos setores acima, propicia
espaço para atividade de apoio, tais como: reparação de máquinas e equipamentos,
consultoria técnica, serviços comerciais, industriais, financeiros, dentre
outros.
O potencial turístico em Mato Grosso do Sul é bastante significativo,
sobretudo por contar com grande parte do Pantanal, o maior santuário ecológico
do mundo, com sua exótica paisagem e variada flora e fauna, que tornam a cidade
de Corumbá um dos principais pólos de atração turística do Estado.
A região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, além de suas riquezas e
belezas naturais é especialmente privilegiada no espaço latino-americano -
situa-se na rota de mercados potenciais de toda a zona ocidental da América do
Sul e costa do Pacífico, especialmente os países da ALÂDI.
Além do pólo turístico de Corumbá, entre os mais significativos,
destaca-se, também, àqueles centrados nas cidades de Ponta Porã, Coxim e Porto
Murtinho, representando Campo Grande, ponto de passagem obrigatória para a
maioria dos turistas que visitam Mato Grosso do Sul.
O fluxo turístico que se destina a Ponta Porã, está diretamente ligado,
sobretudo aos atrativos oferecidos pelo jogo (cassino) e comércio (produtos
importados de vários países) da vizinha cidade de Pedro Juan Caballero. Já os
turistas que seguem para Corumbá, Coxim e Porto Murtinho, são atraídos pelas
belezas naturais da região, fauna e flora, bem como pela pesca esportiva, dada
a alta piscosidade dos rios próximos a esses centros urbanos, principalmente o
Rio Paraguai.
Entre outros atrativos turísticos do Estado, merece destaque às grutas do
município de Bonito, como excelente opção turística.
Com base nas potencialidades turísticas apresentadas, sobretudo no que
diz respeito à disponibilidade de recursos naturais - flora e fauna -, além da
posição estratégica dos principais pólos turísticos do Estado, evidencia-se as
excelentes perspectivas para investimentos no setor, sobretudo, no que se
refere a infra-estrutura de apoio ao turismo.


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