Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio
DIVERSIDADE E PLURALIDADE

A diversidade e a pluralidade sempre foram um desafio a ser encarado pela humanidade ao longo de sua existência. E a escola como ponto de encontro desse mundo diverso que é, faz avolumar a questão e a desnuda de tal forma que todos os envolvidos ficam expostos aos diversos olhares da sociedade.
Penso que esse desafio ainda é maior,
porque não se constitui um movimento da escola para o mundo, ou seja, a escola
não se antecipou com espaço de todos, que talvez devesse ser, promovendo a
justiça e a equidade no tratamento ao estudante em sua formação cidadã. Esse processo
de abertura da escola à diversidade nasce no seio da própria comunidade que o reivindica
como direito inquestionável do ser humano na construção de sua humanidade como
justa e igualitária.
É razoável que a escola necessite
evoluir na formação de seus alunos por uma sociedade justa e mais acolhedora. É
preciso respeitar e valorizar suas origens, culturas, sem qualquer
discriminação, seja de gênero, raça, sexualidade, classe social, religião,
cultura, etc. Isso exige do professor atitudes compatíveis com uma postura
ética que valorize a dignidade, a justiça, a igualdade e a liberdade. Dessa
forma se constitui um desafio ainda maior, que é o da promoção social e da
cidadania.
A escola precisa propiciar, além de um
espaço aberto à pluralidade, a remoção de barreiras para a aprendizagem num
ambiente rico de conhecimentos e livre de atitudes excludentes e
preconceituosas.
Está claro que a inclusão nesse
ambiente plural de diversidade e também uníssono, por si só não é suficiente, é
preciso garantir que essa inclusão se consolide em todos os sentidos, bem como
na permanência e na promoção desse estudante ao final de cada etapa escolar.
Sendo assim, o desafio está em garantir a permanência e o sucesso desse
estudante, o que, por sua vez, demanda repensar a nossa prática enquanto
professor, enquanto instituição escolar e garantir de fato a posse deste estudante
dos conhecimentos e saberes necessário a sua formação como cidadão. Isso
implicaria, também, o reconhecimento dos valores e saberes que estes já possuem
e que é imanente a sua cultura e assim, uma reconstrução curricular.
Com um extenso histórico de exclusão,
a escola continua se valendo de sua mais infalível e fiel prerrogativa a “avaliação”.
Este sistema de mensuração do conhecimento, é tanto mais eficaz, quanto mais
exclui, e quase sempre se orgulha de vitimar aqueles que nãos se adaptam ao
sistema educativo a que se propõe validar. Portanto, se realmente desejamos uma
escola que valorize a diversidade e a pluralidade cultural promovendo a
equidade do seu processo de ensino e aprendizagem, o primeiro passo é
modificarmos a sistema de avaliação, o que implicaria toda uma mudança no processo
de ensino e aprendizagem. É preciso repensar o papel da escola e para quem ela
está sendo feita, esse fato se dá pela constatação, cada vez mais evidente, de
uma clientela insatisfeita e, portanto desinteressada. Para isso sugeriria um
melhor aproveitamento das redes sociais, das mídias e uma única avaliação
escrita, que poderia ser um simulado bimestral, acompanhado, quando necessário
fosse, da retomada daquele conteúdo em que demonstrassem dificuldade de
aprendizagem e na sequencia uma prova de recuperação para aqueles que não
tivessem bom desempenho no simulado, esse processo seria acompanhado de uma
avaliação contínua da aprendizagem do estudante e de seu desenvolvimento
escolar mediante ficha avaliativa, onde constariam suas participações em
atividades, pesquisas, apresentações, seminários e outras atividades do
cotidiano escolar.
CONSELHO DE CLASSE.
O conselho de classe é uma das poucas
oportunidades em que é possível reunir os docentes das diversas disciplinas de
um mesmo ano com o objetivo de analisar os processos de ensino e de
aprendizagem sob múltiplas perspectivas. Quando as discussões são bem conduzidas,
elas favorecem aspectos como a análise do currículo, da metodologia adotada e
do sistema de avaliação da instituição. Dessa forma, possibilitam aos
professores uma interessante experiência formativa, permitindo a reavaliação da
prática didática.
Os principais problemas que foram
levantados no Conselho de Classe foram:
- · Baixa aprendizagem.
- · Indisciplina.
- · Baixa frequência.
Na questão da baixa aprendizagem foram
levantadas as dificuldades que alguns alunos apresentaram em alguns componentes
curriculares, e também em alguns casos a falta de interesse.
Quanto à indisciplina, em quase todos
os casos foi diagnosticada como associada a uma estrutura familiar, social e
econômica precárias, onde não é incomum agressões e outros tipos de abusos, que
passam a reproduzir na escola.
No conselho também se constatou que
alguns poucos alunos estavam com um número elevado de faltas que poderiam
comprometer sua aprendizagem e até mesmo sua aprovação ao final do ano.
Em todos os casos descritos os encaminhamentos
propostos ficaram a encargo do coordenador, que se propôs a entrar em contato
com os responsáveis para averiguar os casos e tentar desta maneira envolver os
mesmos nas soluções possíveis estimulando a participação destes nas questões
escolares que envolvem seus filhos.
No tocante a queixa/problema, é
importante não nos levar por invenções que parecem servir mais aos interesses
governamentais do que a uma solução concreta dos problemas que são diversos
hoje e em qualquer tempo no ambiente escolar.
A queixa é uma reclamação de algum
problema que pode estar ocorrendo na escola. Ela só aparece quando existe um
problema, e só se resolve quando encontramos uma solução, portanto não é
suficiente apenas apresentar a queixa, ou a reclamação, uma vez que estas já
são quase que um estandarte da escola. É preciso entender a origem do problema,
ir além da queixa, buscar a raiz, para se propor a solução ou ao menos tentar
uma solução.
No ambiente escolar as questões sobre
o ensino e aprendizagem devem ocupar o pedestal da instituição, porém, não
podemos ser omissos e até coniventes com certas situações que nos afetam
diretamente como a indisciplina, a violência, a discriminação, a exclusão, etc.
que estão colocados dentro da escola como um entrave, tornando-se um desafio a
ser superado em nome da igualdade e da justiça social.
O Conselho de Classe não deve ser um
lugar destinado a “lavar a roupa suja”, onde professores e alunos se acusam mutuamente
sobre o olhar tirano da gestão escolar – diretor
– sempre pronto a apontar um culpado, eximindo-se de parcela de responsabilidade
do qual também este responde pelo fracasso ou sucesso escolar.
O conselho de classe só será possível
se os gestores planejarem um conselho de classe que ajude os docentes a ampliar
o olhar sobre o desempenho da turma e a própria prática, propiciando assim a melhoria
da qualidade do ensino, ou seja, proporcione um encontro que busque diagnosticar
os problemas e propor soluções e encaminhamento que ampliem as possibilidades
de sucesso e melhoria do processo de ensino e aprendizagem.


Comentários
Postar um comentário